terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Nova Oligarquia!
surgia a esperança do povo que perecia.
Põe fim à ditadura moralista, mórbida e fria,
começa um novo processo político, quem diria?!
Poder pleno do povo, talvez o fim da burguesia?
Não! Começava um novo retrocesso, dia após dia!
Os sonhos duraram pouco, o plano Collor já os destruía,
novos bugueses surgiam, aglomerando-se em Brasília.
O nosso voto na urna seria a salvação, seria,
mas a cada dois políticos eleitos, um se corrompia.
Nada de ordem, nada de progresso, apatia...
Num dia de fúria, a classe média se revoltaria.
Com os caras-pintadas nas ruas, o governo Collor cairia,
a nova cara do Brasil é de justiça, mesmo que tardia.
Mas tinta sai do rosto, a justiça sai de cena, covardia...
Não foi dessa vez que se realizou o grande sonho de democracia.
Novas eleições, novos políticos, mesmas atitudes, utopia...
O poder agora é de poucos, o poder do povo é ninharia,
o rico fica cada vez mais rico, o pobre, mais pobre a cada dia.
Para não perderem mais o controle, simples, burocracia,
alterna-se-ão no poder ano após ano, o povo perdia.
Tão mais forte o poder do voto, o poder do povo adormeceria,
com latência, moldaram a justiça, um foro os privilegia.
Até quem de esquerda se rotula, após eleito se aproveitaria,
Assim o poder divide-se sempre entre os mesmos, nostalgia...
Meu sonho não acabou, o povo ainda pode ter o poder um dia.
Mas por ora democracia plena não existe, apenas uma nova oligarquia.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Aforismos II
"Os fracos de caráter amam opiniões subjetivas a seu respeito."
"Transforme sonhos em projetos, mas nunca transforme projetos em sonhos."
"As pessoas mentirosas fazem parte de uma casta superior - eles sabem que a verdade não existe."
"O preconceito nada mais é que um ótimo entendimento de um péssimo conceito."
"Um conceito sobre um conceito já formado é uma opinião. Uma opinião sobre uma opinião já formada é falta de argumento."
"Ainda não encontrei algo tão chato quanto ser adulto."
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
"Psicoses"
Sonhos
Olhei para o céu, as nuvens acinzentadas
Tiravam o brilho do dia, o brilho Sol, minha luz.
Estou em meu quarto, meu templo, meu castelo.
- Só preciso de ti neste momento.
Minha cama. Como ela me leva as lembranças,
aos meus belos sonhos.
Gosto dos meus sonhos, mas só quando durmo,
os odeio quando estou acordado.
Estou deitado, tenho que dormir.
Meu templo e meu castelo - eles têm sua parte cruel.
Minha cama. Obrigado pelo sono, pelos sonhos.
Assim que acordo, olho para o céu,
o dia continua sem brilho.
Volto para a cama, ficarei com minhas lembranças,
mas por ora, não terei meus belos sonhos comigo.
sábado, 15 de agosto de 2009
Nossas verdadeiras virtudes
“Nossas virtudes? É provável que também nós tenhamos nossas virtudes, mesmo que, como de imediato se compreende, não sejam aquelas virtudes bondosas e primitivas, que honrávamos em nossos antepassados, embora mantendo-as à respeitosa distância”(...)
O que há de mais virtuoso hoje no ser humano? Neste pequeno trecho de um pensamento de Nietzsche de 1886 fica que naquela época as deficiências do ser humano não virtuoso já eram evidentes.
Particularidades a parte, há de se determinar o que é virtude para o ser humano de hoje e até mesmo o de ontem. A cultura nos carrega para dentro do conceito do que é virtude, de como tornar-se virtuoso (a).
Apesar desta agregação de valores passada de geração em geração, podemos criar nossos próprios valores. Nossas próprias virtudes.
“E há algo de mais belo do que ‘procurar’ as próprias virtudes? Isto não é equivalente a ter fé nas próprias virtudes? Mas o fato de ter fé não é equivalente àquilo que uma vez chamamos ‘boa consciência’, conceito venerável que nossos avós enfiavam dentro de nosso intelecto como o rabicho à nuca?”(...)
De fato há um caminho que não é curto a ser percorrido atrás de nossas próprias virtudes.
A raiz de nossas virtudes de hoje vieram do passado. De conceitos que foram moldados conforme a sociedade evoluía – ou não. Alguns destes conceitos tem muito haver com a acepção que nossos antepassados tomaram como padrão.
“Boa consciência”? Hoje isso talvez signifique o famoso “politicamente correto”. Mas o que seria isso?
Bom, há uma imagem de muitos – um estereótipo diria – que seguir algumas correntes sociais é bom para a criança, para o jovem, é bom para tornar-se virtuoso.
Exemplificando, nascemos e somos logo batizados para tal religião de nossos pais, avós. Logo crescemos neste ambiente, propício para que nossa educação seja dirigida para a moral e ética contextual que a sociedade define como melhor. Existe um “livro de regras” preestabelecido, quase formal, para possamos crescer assim e passar esta idéia adiante.
Não há nada de errado com nossos familiares. Eles querem que os mais jovens cresçam e sejam bons cidadãos e cumprir o livro de regras é a maneira mais fácil e que encontra menos problemas para isto se cumpra de fato. Querem que nós não tenhamos problemas, conflitos com a sociedade. Assim sendo, é mais fácil seguir o todo – a sociedade –, do que particularizar esta educação, essa formação de valores que efetivamente envolvolve a sociedade.
A sociedade – a maioria dela – repele, ignora, expulsa qualquer mudança de comportamento que fuja de seus “padrões”.
(...) “A moral como comportamento — isto repugna ao nosso gosto moderno. E isto é também um progresso — como para nossos pais foi um progresso, que a religião enquanto atitude acabou por contrariar o seu gosto (e destarte a aversão e o sarcasmo voltam-se contra a religião e tudo o que outrora era a bagagem necessária de quem se arvorava a livre-pensador).”(...)
“Julgar e condenar moralmente é a vingança preferida das almas limitadas sobre aquelas que são menos que elas, uma espécie de indenização por tudo aquilo que obtiveram de menos da natureza, eis uma ocasião para mostrar espírito e tornar-se refinado — a malícia espiritualiza o homem.”(...)
Os padrões impõem sobre o ser uma moral. Muitas vezes, uma falsa moral. Aqueles que procuram suas próprias virtudes, tem que se confrontar com estes padrões e esta moral que paira sobre a sociedade.
Naquela época, Nietzsche rotulava seu pensamento de moderno, hoje ele é contemporâneo.
Ainda existem obstáculos, mas a busca pelas suas próprias virtudes pode nos exigir um pouco menos de esforço que naquele tempo.
Os julgamentos morais continuam a existir, não como forma de vingança, mas de estereótipo. Eles se encaixam nessa sociedade de hoje.
O que fazer? Desagregar-se, desraigar-se destas moralidades estereotipadas.
Este é o nosso caminho rumo a nossas próprias virtudes, que terão em comum um fator: Quebrará estes velhos conceitos morais e construirão uma sociedade com novas virtudes, desraigadas de quaisquer moralidades estereotipadas que impedem o surgimento de nossas verdadeiras virtudes.
“É se punido principalmente pela própria virtude.”
Referências bibliográficas: Além do Bem e do Mal, Nietzsche; § 214, 216, 219, 132.