Esta anedota é pra quem tem sede de justiça
Mas sequer sabe seus direitos, por preguiça
É para aquele que também está revoltado
Mas não se informa e mantêm-se ignorado
Também para aquele que cujo sonho não realiza
Mas sequer conversa com seu vizinho, nem o mobiliza
Ao mencionar o governo, só se ouve reclamação
Mas não sabe nem em quem votou na última eleição
Que acha que vizinho que fuma maconha é vagabundo
Mas quando acontece na família o esconde do mundo
Que vê um mendigo sujo, pedindo esmola evita-o na rua
E acredita que essa é uma realidade do capitalismo, nua e crua
Sempre vê um menino no sinal e fecha os vidros do carro
Que vê um pobre sujo e descalço e ainda tira um sarro
Chocou-se quando a menina foi jogada do alto de um apartamento
Mas sobre os recém-nascidos em Belém, não está por dentro
Que sabe muito bem quem é o artilheiro do campeonato
E não sabe se o uso de células tronco é ou não sensato
Que reclama do emprego sempre, que o salário é insuficiente
Mas não vê que seu vizinho que além de desempregado, é deficiente
Que ri do amigo(a) que não saiu sábado e perdeu a festa
E nem vê que ficar sem estudo é como dar um tiro na própria testa
Sabe que o político é corrupto, mas vota mesmo assim
Vota no "menos pior" e ainda acha que não foi tão ruim
Que diz que não tem e nunca terá nenhum preconceito
Que os humanos tem raça; tem o branco, o amarelo, tem o preto
Vai à igreja "A" e excomunga o irmão da igreja "B"
Mas nem sabe que é mesma bíblia, sequer ela lê
Cheio de razão, sem preconceito e sempre agindo
Esse sou eu, com vergonha na cara e nunca, jamais mentindo