
Tales de Mileto nasceu em Mileto, antiga colônia grega, na Ásia Menor onde hoje se localiza a Turquia. Nasceu por volta de 625 ou 624 a.C. e algumas fontes acreditam que ele deva ter falecido por volta 548/6 a.C, já outras acreditam que ele tenha falecido 10 anos antes em 558 a.C em Mileto mesmo.
Tales de Mileto é considerado o pai da filosofia ocidental e grega, também é considerado por muitos um dos Sete Sábios da Grécia; Tales teria sido o primeiro deles. Foi o fundador da Escola Jônica, escola de pensamento dedicada à investigação da origem do universo e de outras questões filosóficas, entre elas a natureza e a validade das propriedades matemáticas dos números e das figuras e estabeleceu sólidos conhecimentos sobre a verdade, a totalidade, a ética e a política, temas ainda atuais em nossos dias.
De suas idéias, no entanto, pouco se conhece; nem há certeza de que tenha escrito um livro. Também não se conhece fragmentos seus. Sua doutrina só nos foi transmitida pelos doxógrafos (compilador de extratos filosóficos para os gregos). A cosmologia de Tales, na qual a água constitui o princípio e a origem do universo ("Tudo é água"), foi uma das primeiras pesquisas sobre a Natureza realizadas pelos.
Suas reflexões giravam em torno da "natureza", de seus quatro elementos fundamentais, terra, ar, fogo e água. Ele era um monista, ou seja, acreditava que tudo era constituído por uma substância primordial, neste caso, a água. Assim sendo, toda a vida teria se originado dela, embora seus discípulos divergissem quanto a ser este corpo a natureza essencial que a tudo permeia.
Tales era um filósofo visionário, que percebia a realidade muito além de seu tempo. Vivendo 2460 anos antes de Charles Darwin, afirmava que o mundo teria evoluído da água por processos naturais.
O filósofo envolveu-se igualmente em experiências inovadoras com o magnetismo, que na sua época representava apenas uma mera curiosidade em torno de matéria-prima constituída de ferro. Ele foi um dos primeiros estudiosos a rejeitar a visão religiosa dos gregos antigos, que viam nos componentes da Natureza, como o Sol, a Lua, e outros, elementos sagrados, deuses a serem reverenciados.
Tales de Mileto e os outros integrantes da Escola Jônica percebiam a constante transmutação das coisas, que se convertiam umas nas outras. Sendo assim, ele concluía que tudo partia de um princípio basilar, conhecido também como arché. Ele procurava, assim, uma nova compreensão do Universo, através da razão e da experiência, rompendo com o ponto de vista meramente religioso.
Conhecedor de diversas áreas usava-as para sobreviver. Introduziu a geometria na Grécia estudando retas e ângulos com os egípcios e estudou a primeira medida de tempo utilizando o relógio solar, fato que o beneficiou quando, estudando o céu, conseguiu prever uma situação apropriada para a colheita de azeitonas. Estudando a medida de tempo percebeu que existiam determinados períodos em que mantinham características distintas dos outros, eram as estações do ano.
Parece provável que Tales conseguiu medir a altura de uma pirâmide do Egito observando o comprimento das sombras no momento em que a sombra de um bastão vertical é igual á sua altura.
Atribuem-se a Tales diversas descobertas matemáticas. Além de estudar a geometria do círculo e do triângulo isósceles, segundo o historiador Heródoto, Tales previu a ocorrência de um eclipse solar no dia 28 de maio de 585 a.C. Aristóteles chegou a considerar este o momento do nascimento da filosofia.
Supõe-se que viveu algum tempo na Babilônia onde entrou em contato com tabelas e instrumentos astronômicos. Porém alguns historiadores acham pouco provável que Tales tenha feito à previsão de um eclipse solar, pois duvidam que os meios existentes na época permitissem tal proeza.
Segundo alguns historiadores, Tales foi comerciante, o que lhe rendeu recursos suficientes para dedicar-se a suas pesquisas. Foi onde Tales teria viajado para o Egito e a Babilônia, entrando assim em contato com astrônomos e matemáticos. Depois de aposentado, passou a dedicar-se à matemática, estabelecendo os fundamentos da geometria.
Talvez seus estudos matemáticos tenham lhe dado mais fama que seu pensamento filosófico, porém sua importância na filosofia é incontestável.
Seus principais seguidores foram Anaxímenes, que via no ar a essência primitiva, e Anaximandro, que mantinha a crença em uma infinidade de esferas em constante interação.
Os mais importantes divulgadores de sua obra, uma vez que não restaram registros escritos sobre seus pensamentos, foram Aristóteles, Platão e Diógenes Laércio.
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