sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Aforismos II

"Fico feliz por ter perdido muitos companheiros ao longo da vida. Hoje tenho comigo somente os verdadeiros amigos."

"Os fracos de caráter amam opiniões subjetivas a seu respeito."

"Transforme sonhos em projetos, mas nunca transforme projetos em sonhos."

"As pessoas mentirosas fazem parte de uma casta superior - eles sabem que a verdade não existe."

"O preconceito nada mais é que um ótimo entendimento de um péssimo conceito."

"Um conceito sobre um conceito já formado é uma opinião. Uma opinião sobre uma opinião já formada é falta de argumento."

"Ainda não encontrei algo tão chato quanto ser adulto."

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

"Psicoses"

Sonhos

Olhei para o céu, as nuvens acinzentadas

Tiravam o brilho do dia, o brilho Sol, minha luz.

Estou em meu quarto, meu templo, meu castelo.

- Só preciso de ti neste momento.

Minha cama. Como ela me leva as lembranças,

aos meus belos sonhos.

Gosto dos meus sonhos, mas só quando durmo,

os odeio quando estou acordado.

Estou deitado, tenho que dormir.

Meu templo e meu castelo - eles têm sua parte cruel.

Minha cama. Obrigado pelo sono, pelos sonhos.

Assim que acordo, olho para o céu,

o dia continua sem brilho.

Volto para a cama, ficarei com minhas lembranças,

mas por ora, não terei meus belos sonhos comigo.

sábado, 15 de agosto de 2009

Nossas verdadeiras virtudes

“Nossas virtudes? É provável que também nós tenhamos nossas virtudes, mesmo que, como de imediato se compreende, não sejam aquelas virtudes bondosas e primitivas, que honrávamos em nossos antepassados, embora mantendo-as à respeitosa distância”(...)


O que há de mais virtuoso hoje no ser humano? Neste pequeno trecho de um pensamento de Nietzsche de 1886 fica que naquela época as deficiências do ser humano não virtuoso já eram evidentes.

Particularidades a parte, há de se determinar o que é virtude para o ser humano de hoje e até mesmo o de ontem. A cultura nos carrega para dentro do conceito do que é virtude, de como tornar-se virtuoso (a).

Apesar desta agregação de valores passada de geração em geração, podemos criar nossos próprios valores. Nossas próprias virtudes.


“E há algo de mais belo do que ‘procurar’ as próprias virtudes? Isto não é equivalente a ter fé nas próprias virtudes? Mas o fato de ter fé não é equivalente àquilo que uma vez chamamos ‘boa consciência’, conceito venerável que nossos avós enfiavam dentro de nosso intelecto como o rabicho à nuca?”(...)


De fato há um caminho que não é curto a ser percorrido atrás de nossas próprias virtudes.

A raiz de nossas virtudes de hoje vieram do passado. De conceitos que foram moldados conforme a sociedade evoluía – ou não. Alguns destes conceitos tem muito haver com a acepção que nossos antepassados tomaram como padrão.

“Boa consciência”? Hoje isso talvez signifique o famoso “politicamente correto”. Mas o que seria isso? Como isso ajuda em nossa busca por nossas próprias virtudes?

Bom, há uma imagem de muitos – um estereótipo diria – que seguir algumas correntes sociais é bom para a criança, para o jovem, é bom para tornar-se virtuoso.

Exemplificando, nascemos e somos logo batizados para tal religião de nossos pais, avós. Logo crescemos neste ambiente, propício para que nossa educação seja dirigida para a moral e ética contextual que a sociedade define como melhor. Existe um “livro de regras” preestabelecido, quase formal, para possamos crescer assim e passar esta idéia adiante.

Não há nada de errado com nossos familiares. Eles querem que os mais jovens cresçam e sejam bons cidadãos e cumprir o livro de regras é a maneira mais fácil e que encontra menos problemas para isto se cumpra de fato. Querem que nós não tenhamos problemas, conflitos com a sociedade. Assim sendo, é mais fácil seguir o todo – a sociedade –, do que particularizar esta educação, essa formação de valores que efetivamente envolvolve a sociedade.

A sociedade a maioria dela repele, ignora, expulsa qualquer mudança de comportamento que fuja de seus “padrões”.


(...) “A moral como comportamento — isto repugna ao nosso gosto moderno. E isto é também um progresso — como para nossos pais foi um progresso, que a religião enquanto atitude acabou por contrariar o seu gosto (e destarte a aversão e o sarcasmo voltam-se contra a religião e tudo o que outrora era a bagagem necessária de quem se arvorava a livre-pensador).”(...)


“Julgar e condenar moralmente é a vingança preferida das almas limitadas sobre aquelas que são menos que elas, uma espécie de indenização por tudo aquilo que obtiveram de menos da natureza, eis uma ocasião para mostrar espírito e tornar-se refinado — a malícia espiritualiza o homem.”(...)


Os padrões impõem sobre o ser uma moral. Muitas vezes, uma falsa moral. Aqueles que procuram suas próprias virtudes, tem que se confrontar com estes padrões e esta moral que paira sobre a sociedade.

Naquela época, Nietzsche rotulava seu pensamento de moderno, hoje ele é contemporâneo.

Ainda existem obstáculos, mas a busca pelas suas próprias virtudes pode nos exigir um pouco menos de esforço que naquele tempo.

Os julgamentos morais continuam a existir, não como forma de vingança, mas de estereótipo. Eles se encaixam nessa sociedade de hoje.

O que fazer? Desagregar-se, desraigar-se destas moralidades estereotipadas.

Este é o nosso caminho rumo a nossas próprias virtudes, que terão em comum um fator: Quebrará estes velhos conceitos morais e construirão uma sociedade com novas virtudes, desraigadas de quaisquer moralidades estereotipadas que impedem o surgimento de nossas verdadeiras virtudes.


“É se punido principalmente pela própria virtude.”



Referências bibliográficas: Além do Bem e do Mal, Nietzsche; § 214, 216, 219, 132.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Eu; contraditório, preconceituoso e apático

Esta anedota é pra quem tem sede de justiça

Mas sequer sabe seus direitos, por preguiça

É para aquele que também está revoltado

Mas não se informa e mantêm-se ignorado


Também para aquele que cujo sonho não realiza

Mas sequer conversa com seu vizinho, nem o mobiliza

Ao mencionar o governo, só se ouve reclamação

Mas não sabe nem em quem votou na última eleição


Que acha que vizinho que fuma maconha é vagabundo

Mas quando acontece na família o esconde do mundo

Que vê um mendigo sujo, pedindo esmola evita-o na rua

E acredita que essa é uma realidade do capitalismo, nua e crua


Sempre vê um menino no sinal e fecha os vidros do carro

Que vê um pobre sujo e descalço e ainda tira um sarro

Chocou-se quando a menina foi jogada do alto de um apartamento

Mas sobre os recém-nascidos em Belém, não está por dentro


Que sabe muito bem quem é o artilheiro do campeonato

E não sabe se o uso de células tronco é ou não sensato

Que reclama do emprego sempre, que o salário é insuficiente

Mas não vê que seu vizinho que além de desempregado, é deficiente


Que ri do amigo(a) que não saiu sábado e perdeu a festa

E nem vê que ficar sem estudo é como dar um tiro na própria testa

Sabe que o político é corrupto, mas vota mesmo assim

Vota no "menos pior" e ainda acha que não foi tão ruim


Que diz que não tem e nunca terá nenhum preconceito

Que os humanos tem raça; tem o branco, o amarelo, tem o preto

Vai à igreja "A" e excomunga o irmão da igreja "B"

Mas nem sabe que é mesma bíblia, sequer ela lê


Cheio de razão, sem preconceito e sempre agindo

Esse sou eu, com vergonha na cara e nunca, jamais mentindo

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Aforismos

"É claro que a liberdade tem um preço. Mas ninguém pode pagar pela oferta oferecida."

"Nada nos aproxima tanto da natureza quanto o sexo."

"O suicídio passional é a maior demonstração da fraude que chamamos de racionalidade."

"Prefiro a contradição que a hipocrisia."

"O pior de não acreditar em si mesmo, é ter que duvidar de sua imagem quando está diante de um espelho."

"A guerra atrai lados opostos com objetivos iguais."

"Não existe herói de guerra. Há apenas os que vivem e contam sua história."

"Você só aprende a amar com a mágoa, com a dor e com o ódio."

"Lute pelo que acredita e se puder, convença alguém a acreditar no que você acredita. Mas não insista, pois a ingratidão fere os credos, mesmo os mais fortes."

"Se a esperança é o último sentimento que morre em sua vida, isso demonstra que antes você nunca teve realmente fé em nada."

"Quem está disposto a matar, tem no mínimo, a mesma disposição para morrer."

"A embriaguez é a melhor amiga da depressão. A ressaca moral, irmã do suicídio."

"Pode levar décadas até consiga ter dignidade, mas basta um minuto para perdê-la. E talvez outras décadas não sejam suficientes para a reconquiste."

domingo, 12 de julho de 2009

Os três grandes escultores do século de Péricles.

Ficou conhecido Século de Péricles o período histórico compreendido entre o cerco de Samos por parte dos atenienses (439 a.C.) e a derrota dos gregos na Batalha da Queroneia frente o exército macedônio de Filipe II (338 a.C.).
Péricles foi um estratego (general na Grécia Antiga), político e orador ateniense que soube rodear-se das personalidades mais destacadas da época, homens que sobressaíam na política, filosofia, arquitetura, escultura, história, literatura e estratégia.
Péricles realizou também grandes obras públicas e melhorou a qualidade de vida dos cidadãos de Atenas, dando uma grandeza à cidade que não se repetiu novamente, ficando assim marcado seu nome na história, um legado chamado de "século de ouro ateniense", o auge da Grécia Antiga.
Foi neste século que apareceram três grandes escultores da Grécia Antiga: Míron, Fídias e Policleto.

Míron (380 a.C. - 440 a.C.) foi o mais velho escultor dos três grandes escultores. Foi considerado o primeiro escultor a alcançar na arte uma representação natural. Dedicado quase com exclusividade ao bronze, ficou conhecido especialmente por seus estudos de atletas em ação. Infelizmente, nenhuma das suas obras originais chegou até aos nossos dias, durante a fanatizada expansão do cristianismo e sua destruição dos ídolos pagãos. Entretanto a sua popularidade permitiu que os seus trabalhos fossem copiados e possibilitar uma idéia da qualidade da sua obra pelas estas várias réplicas, feitas principalmente para serem vendidas a ricos cidadãos romanos, que queriam com elas decorarem as suas casas ou jardins. Mas dois trabalhos são atribuídos a Míron com certeza; o grupo Atena e Mársias, originalmente na acrópole de Atenas, e o seu trabalho mais célebre, o Discóbolo ou arremessador de disco.
A famosa estátua de Míron produzida em torno de 455 a.C que representa um atleta momentos antes de lançar um disco. Míron representa o corpo em seu momento de máxima tensão, porém esse esforço não é refletido pela face do atleta. Outras características de Míron presentes na escultura são a harmonia o balanceamento e a simetria das proporções corporais. Como tantas outras obras gregas, o original feito em bronze foi perdido e restaram apenas cópias romanas. O principal exemplar foi descoberto em 1781 numa propriedade romana da família Massimo, na Villa Palombara, Esquilino, e restaurada por Giuseppe Angelini.
Atualmente está no Museu Nacional de Roma.



Após Míron, formou-se na escola de mestres de Argos outro grande escultor: Fídias.
Fídias (490 a.C. - 430 a.C.) é considerado o mais famoso escultor grego que viveu em Atenas.
O início de sua carreira é obscuro: é possível que tenha colaborado na sala de iniciação de Elêusis. Também lhe é atribuído um Apolo e um monumento representando Miltíade heroificado e rodeado por deuses, que foi colocado na entrada no santuário de Delfos.
Embora a maior parte de suas obras tenha desaparecido, o que ficou é suficiente para classificá-lo como o maior escultor grego do período clássico, com uma obra escultórica trazia além da majestade das figuras, a graça e a elegância das roupagens e a impressão de movimento. Entre suas obras a mais famosa foi a Estátua de Zeus (447 a.C.), figura central do Templo de Olímpia, esculpida em marfim e ébano, com cerca de 18 metros de altura e destruída por um incêndio (415 a.C.).
Foi escolhido por Péricles para dirigir a decoração do Parthenon (embora não tenha terminado em vida), templo construído na Acrópole ateniense (447 a.C. - 438 a.C.), fez mais três esculturas da deusa Atena: a Atena Prômacos, bronze monumental,;a Atena Lêmnia ou pacificadora; e a colossal Atena Parthenos (438 a.C.), ou triunfante. Todas são conhecidas apenas por descrições de autores antigos. Sabe-se que a Atena Parthenos, de ouro e marfim, media cerca de 12 m de altura. Ataviada com imponente capacete e túnica simples, a deusa se erguia majestosa, com uma lança na mão esquerda e a figura de uma Vitória alada na direita. Acusado de ter-se apropriado de parte do ouro destinado à confecção da Atena Pártenos, foi preso e, segundo alguns, morreu na prisão, e em outras versões, o escultor conseguiu escapar e refugiar-se em Olímpia, onde morre depois de construir a estátua de Zeus, uma das sete maravilhas do mundo antigo.
Atena Varvakeion, (à esquerda) é uma cópia da estátua de Fídias. Note-se que Atena, com o elaborado capacete, égide e escudo, segura uma Niké ("Vitória" alada) na mão direita e tem, ao lado, um escudo; na parte interna do escudo, uma serpente com barba.
Outra obra de Fídias Atena Pártenos (lit. "A virgem Atena"), gigantesca estátua criselefantina de 11,5 metros esculpida por Fídias para o Parthenon de Atenas, hoje completamente perdida, foi completada e dedicada em 438 a.C. De acordo com Pausânias (séc. II) e Plínio, o Velho (23/79), a pele era de marfim e as vestes, de ouro. A deusa usava a égide, com uma cabeça de Medusa esculpida em marfim, e um elaborado capacete, encimado por uma esfinge central com um grifo de cada lado; segurava uma Niké e uma espada e tinha, aos seus pés, um escudo e uma serpente.

O pintor holandês
Maarten Jacobszoon Heemskerk van Veen (1498 – 1574), foi um dos principais pintores do século XVI. Retratou conceitos religiosos, e ficou especialmente famoso por suas pinturas das Sete maravilhas do Mundo Antigo.
Uma de suas obras foi a ilustração da estátua de Zeus em Olímpia (abaixo), obra atribuída a Fídias.



Por último, aparece
Policleto (470 ou 480 a.C. - 405 a.C.), foi amigo de Míron e Fídias. Policleto foi aluno de Agelaídes (Míron também teria sido).

Também não resistiu ao tempo nenhuma de suas obras, mas algumas de suas obras-primas foram refeitas em mármore pelos romanos.
Entre as suas grandes obras estão o Doríforo ("O Portador da Lança"), Discóforo ("O portador do disco"), Diadúmeno ("O Portador do Diadema"). Todas teriam sido feitas originalmente em bronze por Policleto.
Em seu livro Canon ("Cânone"), datado provavelmente da metade do século 5 a.C o bronzista Policleto investigou as proporções harmoniosas da figura humana masculina. Parece que a harmonia baseava-se na simetria das diferentes partes do corpo, idéia que possivelmente envolvia algum conceito mensurável dessas partes do corpo (volume, forma, profundidade, comprimento, etc.).

Doríforo (acima) foi criado por Policleto em bronze para ilustrar o seu cânone. Note-se, além das proporções, a postura em contrapposto (termo utilizado em escultura para assinalar uma forma de representação humana que busca a naturalidade) e como ela preenche o espaço à sua volta. Essa obra se tornou uma das mais populares obras gregas entre os patrícios romanos, tanto que mais de cinqüenta cópias de mármore do original chegaram até nós. Sua influência durante o Renascimento e o Barroco foi, igualmente, considerável.


Discóforo (à esquerda) também é um reflexo de seu pensamento sobre a concepção do ideal da beleza masculina. Ele foi criado a exemplo do Cânon de Policleto do ideal da forma humana, representando um jovem musculoso e atlético, pronto para arremessar o disco. O original era em bronze, e as obras hoje existentes são cópias romanas em mármore.

Diadúmeno (à esquerda) talvez seja a escultura mais conhecida de Policleto. Diadúmeno, que se apresenta como a imagem ideal e bela de um jovem atleta vitorioso. Dado apresentar características como: a inclinação da cabeça e a atitude mais natural é lhe dado uma maior vivacidade; surgindo portanto nesta época: as figuras mais expressivas, o nu feminino, que permite às estátuas adquirir beleza física, espiritualidade, expressão, movimento e a suavizarão dos músculos. O Diadúmeno é o vencedor das competições esportivas, ainda nu ele levanta seus braços para amarrar o diadema, uma faixa que indica o vencedor e que na estátua original, estaria representada por uma fita de bronze. A escultura está em contrapposto, com seu peso sobre o seu pé direito, seu joelho esquerdo suavemente inclinado e sua cabeça inclinada para a direita, em equilíbrio, demonstrando a sua concentração.


Resumo

Em uma escultura nota-se a existência de determinadas influências, provenientes de outras civilizações e de épocas anteriores.
A escultura grega baseou-se inicialmente num naturalismo ideológico, passando seguidamente a adquirir um estilo geométrico rígido e simplista e um naturalismo progressivo.
No período pré-arcaico utilizaram como material a madeira, dado ainda se encontrarem no início, onde ainda não adquiriram a técnica de construção, sendo portanto o material mais adequado para poder moldar.
Neste período os escultores realizaram obras destinadas à religião (adoração dos deuses), tendo portanto construído o que designamos de Chuanas, as quais eram talhadas a partir de troncos de árvores.
As Chuanas apresentavam como principais características: a existência de cabelos decorativos; apresentavam-se com os olhos fechados e os braços caídos ao longo do corpo. As esculturas mostravam-se extremamente rígidas e seguiam a teoria da frontalidade (técnica utilizada segundo a influência egípcia). A gama de cores utilizada eram: o branco e o vermelhão.
No Período Arcaico (700 a.C. - 500 a.C
) começa a difusão da estatuária grega pelas colônias na Magna Grécia e nas áreas orientais do Mediterrâneo, influenciando as culturas estrangeiras em contato com elas, como a etrusca, a cipriota, a fenícia e mesmo a síria, que antes havia inseminado a própria Grécia. Elementos do estilo Arcaico conheceram momentos de ressurgência até mesmo durante a fase Clássica, e na arte romana helenística algumas escolas demonstraram um apreciável interesse pelo arcaísmo em sínteses ecléticas.
Como transição entre o Período Arcaico e o Período Clássico, está a fase conhecida como Período Severo (500
a.C. - 450 a.C.), justamente pelo seu repúdio ao decorativismo.
Ocorre então uma rápida evolução nas técnicas e no estilo, que leva ao classicismo grego (450
a.C. - 323 a.C.), período em que se realizam as mais importantes e seminais conquistas no terreno do naturalismo, ao mesmo tempo em que perduram uma série de convenções estritas a respeito de proporções e ordem, dando origem a uma síntese sem semelhanças com o mundo mundo antigo e que até hoje permanece uma referência essencial para a arte e cultura de grande parte do mundo.
Começam a ser registradas as atividades de artistas que formariam importantes escolas e estabeleceriam padrões de proporções ainda empregados atualmente. O primeiro autor notável, vencendo definitivamente a severidade remanescente do período Arcaico, foi Míron, criador do célebre Discóbolo, onde as tensões do movimento são exploradas com maestria e realismo. A seguir vem Fídias, que levou a estatuária grega ao seu primeiro momento de real esplendor. Foi autor de estátuas enormes como o Zeus de Olímpia e a Atena Parthenos, imagens dotadas de grande poder, das quais hoje subsistem infelizmente apenas cópias menores ou descrições. Mais dinâmicas são as esculturas do pedimento do Parthenon. Outras obras atribuídas a ele ou a sua escola são o Apolo de Kassel e a Atena Lemnia. Dentre seus seguidores estão Alcamenes e Kresilas. Contemporâneo de Fídias, Policleto
foi de fama igualmente vasta, criador do Cânone de proporções ideais do corpo humano, onde encontrou uma expressão magnífica em suas obras mais conhecidas : Doríforo, Discóforo e o Diadúmeno.



Tales de Mileto, o precursor da filsofia ocidental.


Tales de Mileto nasceu em Mileto, antiga colônia grega, na Ásia Menor onde hoje se localiza a Turquia. Nasceu por volta de 625 ou 624 a.C. e algumas fontes acreditam que ele deva ter falecido por volta 548/6 a.C, já outras acreditam que ele tenha falecido 10 anos antes em 558 a.C em Mileto mesmo.

Tales de Mileto é considerado o pai da filosofia ocidental e grega, também é considerado por muitos um dos Sete Sábios da Grécia; Tales teria sido o primeiro deles. Foi o fundador da Escola Jônica, escola de pensamento dedicada à investigação da origem do universo e de outras questões filosóficas, entre elas a natureza e a validade das propriedades matemáticas dos números e das figuras e estabeleceu sólidos conhecimentos sobre a verdade, a totalidade, a ética e a política, temas ainda atuais em nossos dias.

De suas idéias, no entanto, pouco se conhece; nem há certeza de que tenha escrito um livro. Também não se conhece fragmentos seus. Sua doutrina só nos foi transmitida pelos doxógrafos (compilador de extratos filosóficos para os gregos). A cosmologia de Tales, na qual a água constitui o princípio e a origem do universo ("Tudo é água"), foi uma das primeiras pesquisas sobre a Natureza realizadas pelos.
Suas reflexões giravam em torno da "natureza", de seus quatro elementos fundamentais, terra, ar, fogo e água. Ele era um monista, ou seja, acreditava que tudo era constituído por uma substância primordial, neste caso, a água. Assim sendo, toda a vida teria se originado dela, embora seus discípulos divergissem quanto a ser este corpo a natureza essencial que a tudo permeia.
Tales era um filósofo visionário, que percebia a realidade muito além de seu tempo. Vivendo 2460 anos antes de Charles Darwin, afirmava que o mundo teria evoluído da água por processos naturais.

O filósofo envolveu-se igualmente em experiências inovadoras com o magnetismo, que na sua época representava apenas uma mera curiosidade em torno de matéria-prima constituída de ferro. Ele foi um dos primeiros estudiosos a rejeitar a visão religiosa dos gregos antigos, que viam nos componentes da Natureza, como o Sol, a Lua, e outros, elementos sagrados, deuses a serem reverenciados.

Tales de Mileto e os outros integrantes da Escola Jônica percebiam a constante transmutação das coisas, que se convertiam umas nas outras. Sendo assim, ele concluía que tudo partia de um princípio basilar, conhecido também como arché. Ele procurava, assim, uma nova compreensão do Universo, através da razão e da experiência, rompendo com o ponto de vista meramente religioso.

Conhecedor de diversas áreas usava-as para sobreviver. Introduziu a geometria na Grécia estudando retas e ângulos com os egípcios e estudou a primeira medida de tempo utilizando o relógio solar, fato que o beneficiou quando, estudando o céu, conseguiu prever uma situação apropriada para a colheita de azeitonas. Estudando a medida de tempo percebeu que existiam determinados períodos em que mantinham características distintas dos outros, eram as estações do ano.
Parece provável que Tales conseguiu medir a altura de uma pirâmide do Egito observando o comprimento das sombras no momento em que a sombra de um bastão vertical é igual á sua altura.

Atribuem-se a Tales diversas descobertas matemáticas. Além de estudar a geometria do círculo e do triângulo isósceles, segundo o historiador Heródoto, Tales previu a ocorrência de um eclipse solar no dia 28 de maio de 585 a.C. Aristóteles chegou a considerar este o momento do nascimento da filosofia.
Supõe-se que viveu algum tempo na Babilônia onde entrou em contato com tabelas e instrumentos astronômicos. Porém alguns historiadores acham pouco provável que Tales tenha feito à previsão de um eclipse solar, pois duvidam que os meios existentes na época permitissem tal proeza.
Segundo alguns historiadores, Tales foi comerciante, o que lhe rendeu recursos suficientes para dedicar-se a suas pesquisas. Foi onde Tales teria viajado para o Egito e a Babilônia, entrando assim em contato com astrônomos e matemáticos. Depois de aposentado, passou a dedicar-se à matemática, estabelecendo os fundamentos da geometria.
Talvez seus estudos matemáticos tenham lhe dado mais fama que seu pensamento filosófico, porém sua importância na filosofia é incontestável.

Seus principais seguidores foram Anaxímenes, que via no ar a essência primitiva, e Anaximandro, que mantinha a crença em uma infinidade de esferas em constante interação.
Os mais importantes divulgadores de sua obra, uma vez que não restaram registros escritos sobre seus pensamentos, foram Aristóteles, Platão e Diógenes Laércio.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O Sábio e a Criança.

Um velho sábio que vivia sozinho em uma montanha um dia ficou surpreso com uma visita. Um menino veio ao seu encontro. Há muito tempo o velho não recebia visitas, pois quase todos da cidade não acreditavam mais em seus conselhos.

Ao se aproximar, sem cerimônia o menino perguntou ao velho sábio:

- Por que os adultos desprezam sua alma e o seu corpo?

O velho sábio resolve lhe indagar primeiro:

- Vocês crianças sabem o que é o desprezo do corpo e da alma?

- Eu sou corpo e alma, nós crianças somos corpo e alma; responde o menino.

O velho sábio volta a lhe perguntar:

- O que entende como corpo?

- Ele é nosso templo, onde existem várias pessoas que trabalham nele todos os dias sem cessar, cada uma com sua função, mas todos trabalham em conjunto. Sempre há harmonia no templo, desde que o nosso chefe não os desvie de suas funções.

O velho sábio se espanta com resposta e volta a indagar o menino:

- Quem é o chefe?

- O chefe é a nossa alma. Ela comanda todo o templo. O templo não tem acesso ao mundo exterior, só o chefe pode fazer este contato. Mas às vezes o chefe faz más escolhas, depois não passa as ordens corretas as pessoas que trabalham no templo, então corpo e alma perdem a harmonia. Responde o menino.

- Mas se as pessoas trabalham sem cessar no templo, por que precisam receber ordens do chefe? Elas deveriam saber o que fazer sempre não acha? Pergunta o velho sábio ao menino.

- As pessoas que vivem no templo não são funcionárias, elas vivem e trabalham no templo apenas para fazer o chefe feliz.

O velho sábio pensa um pouco e então diz ao menino:

- O chefe de cada criança está sempre feliz?

- Sim! Responde o menino. - Ele sempre está muito feliz. Mesmo que ele faça más escolhas e acabe atrapalhando as pessoas do templo, ele sempre pede desculpas pela sua ingenuidade.

O velho sábio recosta sobre a cadeira, olha para o céu e decide responder a pergunta do menino.

- Então quer saber por que os adultos desprezam sua alma e seu corpo? Bom, os adultos sabem o que fazem mesmo fazendo más escolhas, eles conseguem reger seu corpo e sua alma de forma harmoniosa. Altos e baixos fazem parte da vida dos adultos. O fato de um adulto não estar bem, não significa que ele escolheu mal seu caminho.

O menino olha no fundo dos olhos do velho sábio e diz:

- O senhor respondeu minha pergunta como muitos outros adultos haviam respondido. Quando disse para eles que viria aqui, me disseram que seus conselhos não tem mais valor algum. Acho que tinham razão...

- Se tinha dúvidas que meus conselhos não tem mais valor algum, por que veio me procurar? Replica o velho sábio.

- O senhor era a última pessoa que restava. Porém não acho que foi em vão minha vida aqui.

O velho pensa um pouco. Pensou na época em que era respeitado e todos lhe procuravam para pedir conselhos e saíam felizes de sua velha casa na montanha. Um pouco constrangido, mas com humildade o velho sábio pergunta ao menino:

- Por que acha que não foi em vão sua vinda aqui?

- Agora tenho certeza que quando crescemos perdemos nossa alma. Sua resposta me mostrou isto, porque foi igual ao dos outros adultos da cidade. Muitos pedem a Deus todos os dias paz, saúde, felicidade, amor, compaixão... Mas eles não tem mais sua alma, por isso não conseguem o que querem. Eles usam apenas o corpo para conseguir seus objetivos, suas más escolhas não frutos da alma. A alma é maior que o corpo, é ela quem sabe tudo e o corpo compreende. Mas quando a alma trai, o corpo não perdoa. A alma das crianças é pura e perfeita. Os humanos erram porque não tem mais alma. Eles a perdem porque perdem a inocência de que tinham quando eram crianças. É por isso que desprezam seu corpo; o corpo é inculto, assim os funcionários fazem dele o que bem entendem. Responde o menino ao velho sábio.

O menino dá meia volta começa a descer a montanha. Nesse momento o velho sábio se levanta de sua cadeira e em voz alta pergunta ao menino:

- Hei menino, quem és?

O menino se vira para o velho sábio e responde: - Se fosse realmente sábio saberia. Eu sou o senhor ontem.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Personagens de nossa história que admiro. (II)


De fato, Napoleão Bonaparte (1769-1821) foi um grande homem. Após a Revolução Francesa, a França ainda passava por um período difícil a tinha a população dividida. Jacobinos e membros da burguesia não tinham uma boa relação. Além da Europa monárquica temer por uma influência da revolução.

Em 1799 entra em cena então Napoleão Bonaparte. Napoleão já era um talentoso oficial do exército. Em 1799 caiu o Diretório, e instalou-se o consulado. Era regido por três cônsules, Roger Ducos, Emmanuel Sieyès e Napoleão. Porém Napoleão tinha mais poder no Executivo, por ser o primeiro-cônsul da república.

Já que Napoleão era o primeiro-cônsul ele tinha o poder em suas mãos, mesmo com a criação do Senado, Corpo Legislativo...

Era Napoleão quem dava as cartas na França. A França promoveu uma reforma em seu governo. Economia, religião – Napoleão instituiu que o catolicismo seria a religião -, educação e na parte de direito também. Napoleão criou o Código Napoleônico e um Código Penal.

A França ia bem, então em 1804 Napoleão recebeu aprovação em um plebiscito e se tornou imperador. Na dia de sua coroação como Imperador da França, Napoleão pegou a coroa das mãos do Papa Pio VII e ele mesmo o coroou. Era a amostra que Napoleão teria o pulso mais firme ainda no comando da França.

Antes da sua coroação como imperador, Napoleão vendeu os territórios franceses da América, que ficavam nos Estados Unidos. A maioria do dinheiro foi investido no exército francês.

Napoleão não queria ser um simples imperador, então começou a expandir o império francês pela Europa.

Napoleão expandiu o império francês por quase toda a Europa, a oeste da Rússia, faziam parte diretamente do império francês, ou estavam a ele unidas por laços de dependência ou alianças políticas, só não estavam ligados á França, Inglaterra, Suécia e Portugal, isso por volta de 1810.

Napoleão tentou conquistar Portugal e Inglaterra, mas acabou não conseguindo e assim proclamou o Bloqueio Continental, onde nenhum país deveria ter relações comerciais com a Inglaterra, no qual somente Portugal não aderiu.

Napoleão chegou ao auge entre 1804 e 1814, chegou a ser considerado e proclamado “O Imperador da Europa”. Mas suas ambições eram demasiadamente grandes. Admirador do Império Romano, Napoleão queria fazer mais que o Império Romano. Fez diversos acordos, invasões, campanhas e em meio a isso cometeu muitos erros.

Em 1807 as tropas napoleônicas invadiram Portugal, sob o comando do general Jean-Andoche Junot, mas em 1808 os britânicos enviam uma força expedicionária comandada por Arthur Wellesley, que, juntamente com forças portuguesas forçam os franceses à retirada, pela Convenção de Sintra.

Em 1809 as tropas invadiram Portugal novamente. Desta vez sob o comando Marechal Nicolas Jean de Dieu Soult conquistaram vitórias, chegando até a cidade do Porto. Foi nesta invasão que aconteceu o desastre das Pontes Barcas, em que morreram cerca de 4000 mil pessoas. Porém, no mesmo ano tropas inglesas e portuguesas conseguem expulsar as tropas francesas para o Norte.

Em 1810 uma nova invasão francesa. O encarregado da missão foi o Marechal André Masséna. As tropas francesas invadiram Portugal pela região nordeste, mas novamente fracassaram. As tropas francesas marchavam até Lisboa, mas foram interceptadas por tropas inglesas e portuguesas. Após o confronto, Masséna tentou conquistar Lisboa, mas fracassou novamente, tendo assim que retirar suas tropas de Portugal em 1811.

Em 1812, Napoleão decide invadir a Rússia, com o Grande Armée” (Grande Exército). Entre batalhas em diversos frontes, Napoleão ia levando vantagem. As tropas russas decidiram então adotar uma tática diferente, decidiram recuar. Como as tropas de Napoleão estavam ficando sem armamentos e comida, era uma armadilha. Napoleão decidiu rumar em direção para Moscou, achando que poderia reabastecer. Mas não foi exatamente o que aconteceu. Franceses e russos travaram uma sangrenta batalha, com muitas baixas em ambas as partes. Mas Napoleão venceu a batalha e as tropas russas se retiraram. Napoleão então esperava o rendição do Czar, mas enquanto isto não acontecia às tropas russas iam aumentando novamente. Napoleão viu que a rendição não ia acontecer e decidiu voltar para a França. Na volta tropas russas contra-atacaram as tropas de Napoleão, apesar das tropas napoleônicas ainda conseguirem vantagem o tempo passava e o frio chegava com muita rapidez e força. As tropas de Napoleão já estavam exaustas e sob o frio intenso iam sucumbindo. O último passo era atravessar o Rio Berezina, mas um erro estratégico ocorreu antes disso, as tropas de Napoleão vorazmente destruíram grande parte dos alimentos que poderiam durar todo o inverno. Então, ao tentar fazer a travessia Napoleão se depara com uma armadilha das tropas russas. Só nesta batalha, Napoleão perdeu mais de 30 mil homens e ao final da guerra, cerca de 550 mil franceses haviam morrido. Então foi dado o indício, Napoleão podia ser vencido. Após esta fracassada campanha o império francês começou a ruir.

Então uma coligação européia entra em luta contra Napoleão e consegue retira-lo do posto de Imperador. Napoleão é exilado na Ilha de Elba (Itália) em 1814, mas foge no ano seguinte. Napoleão chega à França com um novo exército e volta ao poder. É o Governo dos Cem Dias. Napoleão ainda ambicionado pelo poder decide invadir a Bélgica. Conhecida com Batalha de Waterloo, a invasão francesa mostrou mais uma vez a genialidade de Napoleão como estrategista. Lutou contra diversas tropas; prussianas, inglesas, alemães, holandeses, belgas... Mas apesar de toda sua genialidade no front, Napoleão não conseguiu vencer a guerra.

Assim terminara o reinado de Napoleão pela Europa. Talvez se sua ambição fosse menor ou ele tivesse um pouco mais de sensatez, ele teria tido apenas triunfos.



Outro grande personagem da história foi uma mulher, na verdade uma grande, magnífica mulher. Lou Andreas-Salomé (1861-1936) foi uma grande intelectual nascida na Rússia, mas radicada na Alemanha.

Linda e sedutora Lou talvez conseguisse chamar mais a atenção de homens e mulheres não pela sua beleza, mas pela sua postura e inteligência.

Lou era uma amante da vida e uma mulher à frente de seu tempo. Não se apegava a cultura de sua época, fazendo assim de sua vida um paralelo da realidade que vivia.

Sua beleza, postura e inteligência encantou muitos homens. Alguém chegou até a escrever: Quando Lou se interessa apaixonadamente por um homem, nove meses depois este homem dá à luz um livro. Um interesse pelo outro que o leva a crescer e produzir - mesmo quando esse crescimento e essa produção implicam o sofrimento.”

De fato era bem provável que isso acontecesse mesmo. Lou até escreveu alguns ensaios eróticos, talvez fruto de suas experiências amorosas.

Falando em experiências amorosas, Lou conquistou o coração de grandes homens como Nietzsche, Paul Rée, Rainer Rilke, e talvez Richard Wagner.

Mas antes disso, Lou teve uma infância e adolescência ligada a fé em Deus. Ela dizia compartilhar seus segredos a Deus e lhe contar longas histórias de sua vida. Mas quando ficou mais madura, Lou decidiu se afastar de seu amigo, acreditava que tinha perdido sua fé.

Até que um dia ouviu o pastor Hendrik Gillot fazendo uma pregação. Lou decidiu se aproximar de pastor, então Gillot decidiu lhe ensinar filosofia, lógica, teoria do conhecimento, metafísica, teologia além de literatura alemã e francesa. Gillot lhe indicou a leitura de filósofos como Kant, Descartes, Pascal, Voltaire, Rousseau dentre outros. Lou ia conseguindo ter uma formação intelectual fantástica. O pai de Lou então falece e a mãe de Lou não aprovava os estudos de Lou com Gillot, que era considerado um pastor liberal. O que aconteceu depois foi até um presságio de sua mãe: Gillot, casado, pai de duas filhas, praticamente da mesma idade de Lou, pede ela em casamento.

Lou ficou chocada com o pedido e não aceitou. Lou via Gillot como o amigo Deus da adolescência, mesmo assim Lou ainda continuou amiga de Gillot, mas decidiu não encontra-lo mais.

Lou então deixa São Petersburgo em busca de mais conhecimento. Passa por Zurique e vai para Roma onde encontra Malwida von Meysenburg, uma mulher que recusara seus títulos de nobreza a fim de ajudar outras mulheres do machismo imposto pela sociedade.

Através de Malwida Lou conheceu Paul Rée, um filósofo alemão. Não demorou para Lou e Rée tornarem-se grandes amigos e para Rée se apaixonar por Lou. Mas Lou queria uma coisa incomum na época, morar com Rée, mas como amigos. Paul Rée já havia publicado três livros nessa época e havia assistido algumas aulas de Nietzsche, de quem ficar amigo.

Malwida e Rée então decidem convidar Nietzsche para conhecer Lou. Rée disse a Nietzsche que queriam fazer uma comunidade para crescimento intelectual.

Ao conhecer Lou Nietzsche logo se encanta. Os três então decidem formar a Santa Trindade. Daí surge um problema, Nietzsche também se apaixona por Lou e decide pedi-la em casamento, mas é orientado por Rée a não fazer porque Lou tinha aversão ao casamento.

Em uma viajem a Milão Lou e Nietzsche decidem fazer uma longa e demorada caminhada, no qual Nietzsche quase sempre debilitado no estado de saúde se sentiu bem melhor depois.

O grupo se separa, mas logo voltam a se encontrar novamente, dessa vez Nietzsche pede diretamente Lou em casamento e ela prontamente rejeita. Nesse encontro foi tirada uma famosa foto de Lou como um chicote nas mãos em cima de uma cachorra, enquanto Rée e Nietzsche faziam alusão de estarem a puxando.

Novamente os três se separam. Cartas de Nietzsche e Rée chegam para Lou, Rée é mais carinhoso, Nietzsche mais conservado. Lou continua a mesma, com sede de espírito livre.

Lou volta a encontrar Rée onde fortalece mais a amizade entre os dois. Depois disso conhece Elizabeth, irmã de Nietzsche, que não gosta de Lou, pelo fato dela ser liberal. Mesmo assim Lou viaja com Elizabeth e vai encontrar Nietzsche. A idéia de Elizabeth era de proteger o irmão de Lou. Mas não conseguiu impedir os longos passeios pela floresta, as longas conversas no quarto até tarde. Nietzsche estava feliz e queria que Lou fosse sua discípula, que continuasse seu pensamento.

Mas Lou se encanta apenas com a filosofia, com o conhecimento que Nietzsche lhe dava. Elizabeth e Nietzsche brigam, e Elizabeth faz questão de difamar Lou.

Um tempo depois Lou, Nietzsche e Rée voltam a se encontrar. Mas Nietzsche via Rée como um rival e o critica duramente. Lou perde seu encanto por Nietzsche e muda-se para Paris com Rée, onde passam a morar juntos como amigos, para a infelicidade de Rée.

Nietzsche escreve várias cartas aos dois mostrando amargor. Elizabeth sabendo que Nietzsche estava doente volta e vai cuidar do irmão, e continua a atacar Lou, que pouco importa com isso.

Lou muda para Berlim, sempre com o amigo Rée. Lou disse ter vivido belos anos com Rée, e dizia ser um amigo de nobreza.

Depois disso Lou conhece Carl Andréas, um professor de língua persa 15 anos mais velho que ela e, para espanto de todos, casa-se com ele. Mas o casamento nunca foi um casamento de verdade, pois no acordo sequer previa contato físico entre os dois.

Lou também queria fosse respeitada sua liberdade e sua amizade com Rée. Mas para a surpresa de Lou, Rée muda-se de Berlim repentinamente. Lou registra em seu diário a falta do amigo.

Após isso escreve Personagens Femininos de Ibsen que faz muito sucesso. Também escreve Friederich Nietzsche e o romance Ruth.

Então Lou conhece o médico Friederich Peneis, este aparentemente foi quem teve a primeira relação sexual com Lou. Peneis e Lou tiveram um caso que durou cerca de 12 anos. Peneis sempre insistia que Lou se divorciasse para se casar com ele.

Em 1897 Lou foi apresenta ao poeta René-Marie Rilke, 14 anos mais jovem que ela. Rilke então lhe conta que é ele que lhe escreve poemas anônimos. Lou decide conhecer melhor Rilke. Ao que parece, Rilke foi o primeiro homem que atraiu Lou fisicamente e intelectualmente. Os dois viveram um romance além de trocarem várias cartas e bilhetes que contribuíram para o crescimento de Rilke. Lou convence Rilke a mudar seu nome de René-Marie Rilke para René-Maria Rilke, alegando que o primeiro parecia muito feminino.

Lou, Rilke e Andréas viajam para Moscou, onde forma recebidos por Tolstoi.

No ano seguinte Lou viaja novamente para a Rússia com Rilke, dessa vez sem Andréas. Os dois vivem intensamente a passagem pela Rússia, viajando pelo país.

Lou volta para Alemanha então e depois fica sabendo que Rilke conheceu uma mulher e a pediu em casamento. Lou ficou surpresa, mas não se abateu com o fato. Ela continuou trocando correspondências com Rilke, que lhe mandava poemas para serem analisados. Em 1901 Rilke se casa e Paul Rée morre. Lou se sentiu culpada e ficou marcado para sempre em sua a morte de Rée, pois se suspeitou de suicídio.

Depois disso Lou publicou outro livro em 1902, Na Zona Crepuscular, ficou grávida e perdeu o bebê depois de uma queda, acabou seu caso com Peneis, escreveu outro livro em 1910, O Erotismo.

Lou ainda conheceu Henri Bérgson, Sartre, Jung e Freud, no qual tinha grande admiração por Lou. Nostálgica Lou escreveu Rodinka (A Pequena Pátria) em 1923, dedicando o livro à Anna Freud, filha de Freud.

Com o passar dos anos Lou se dedicou mais a congressos, reuniões sobre psicanálise e publicava artigos sobre o assunto.

Rilke morreu em 1928, em 1930 Lou escreve sua biografia. Em 1931 escreveu Carta Aberta a Freud, demonstrando gratidão ao amigo.

Após a morte de Andréas Lou começou a sofrer de diabetes, então em 5 de fevereiro de 1937 Lou Andreas-Salomé morreu durante o sono aos 76 anos.

Morreu uma inteligente, linda, sedutora, fantástica, um exemplo de como ser uma verdadeira amante real da vida... Quase perfeita.

O único erro de Lou foi ter nascido inteligente, linda, sedutora, fantástica e torna-se uma amante da vida. [Risos]

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Personagens de nossa história que admiro.

Winston Leonard Spencer Churchill (1874-1965) ou simplesmente Sir Winston Churchill. Uma das mais notórias figuras do século XX, Churchill teve um grande destaque principalmente na Segunda Guerra Mundial. Foi o Primeiro Lord do Almirantado durante a Primeira Guerra mundial. A frente deste cargo, Churchill comandou a Campanha Da Galípoli, através do estreito de Darnadelos, que liga o Mar Egeu ao Mar de Mármara, na Turquia.

Mas a campanha fracassou. Ao lado de neozelandeses de australianos o que se viu foi uma batalha sangrenta e que culminou em mais de 50% de ambas as tropas mortas. Pelo lado dos Aliados Austrália e Nova Zelândia denominaram o fatídico dia de 25 de abril de 1915 como "ANZAC Day", sigla ANZAC em inglês que significa "Corpo da armada da Austrália e de Nova Zelândia", ou seja, "Dia do Corpo da Armada da Austrália e de Nova Zelândia", que é feriado hoje em dia todo 25 de abril nos dois países. Pelo lado inglês o fracasso em 18 de março de 1915 e a retirada das tropas entre dezembro de 1915 e janeiro de 1916 não ficou barato para Churchill. Ele quase teve sua carreira política perdida após o fracasso desta batalha.

Mas Churchill não desistiu. No período entre guerras, ele começou a ganhar novamente destaque no cenário político britânico. Em 1916 voltou ao parlamento. Entre 1919 e 1921, foi ministro da Guerra entre 1921 e 1922, ministro das Colônias e, de 1924 a 1929, foi ministro das Finanças. Foi neste período que Churchill alertava os britânicos sobre o nazismo alemão e que a Inglaterra deveria investir em militarização. Criticado por uns, elogiado por outros Churchill seguiu seu instinto político.

Após a invasão da França pela Alemanha em 1939, Winston Churchill é nomeado primeiro britânico em 10 de maio de 1940.

Aparecia então um dos maiores estadistas que o mundo viu. Em setembro de 1939 a Inglaterra já havia declarado guerra à Alemanha, mas Churchill teve papel decisivo após assumir o cargo de primeiro ministro Churchill fazia discursos memoráveis para o povo britânico, inflamando o povo a ter resistência e coragem. Mas seu papel na Segunda Guerra Mundial foi mais decisivo. Ele teceu uma aliança com os Estados Unidos, fazendo assim com que os Aliados ficassem mais fortes a partissem para colocar fim à guerra. E a história assim foi escrita, com a entrada dos Estados Unidos na guerra à vitória dos aliados foi questão de tempo. Churchill no tempo da guerra, dos bombardeios em Londres comandava tudo de um escritório simples. Nesse tempo Churchill sempre fazia discursos de encorajamento aos britânicos.

Após a guerra perdeu o cargo de primeiro ministro em 1945, voltando depois ao cargo em 1951.

Não há dúvidas que a conduta política de Churchill foi notória, sua presença espiritual nos momentos difíceis de guerra, sua astúcia ao "convocar" os Estados Unidos para guerra... Enfim tudo isso torna Sir Winston Churchill em dos grandes políticos da história.

Porém uma mancha de sua vida pessoal tira de Churchill um pouco de seu brilho. Churchill defendia o eugenismo. O eugenismo é um prática usada por pessoas que pretendem fazer um "melhoramento" genético. Assim estas pessoas se casavam apenas com pessoas geneticamente "superiores" a fim de obter uma "raça" mais forte. Nos Estados Unidos chegaram até pregar a esterilização de indivíduos "inferiores”. Churchill fazia apologia ao eugenismo "positivo", o que pretendia casar apenas pessoas que não tinham sequer histórico familiar de doenças genéticas, assim dessas uniões sairiam os indivíduos "superiores".

Admiro muito Churchill, mas essa sua empatia pelo eugenismo me fez perder parte do encanto por ele.


Talvez muitas pessoas não conheçam um dos homens mais geniais da história. Quem é? Nikola Tesla. Quem foi Tesla?

Bom Tesla (1856-1943) foi um inventor, físico e engenheiro eletricista. Tesla nasceu na Croácia e foi um brilhante estudante. Ele chegou a perder uma bolsa de estudos, mas continuou estudando sozinho em bibliotecas.

Tesla trabalhou na Hungria e na França, mas como sonhava mais alto mudou-se para os Estados Unidos para trabalhar com o então famoso inventor norte-americano, Thomas Edison. Após diversas discordâncias com Edison, Tesla deixa a empresa de Edison. Segundo Tesla, Edison o devia um grande bônus.

Tesla passa por um mau momento após isto, mas logo deu a volta por cima.

As divergências de Tesla com Edison eram principalmente por causa da corrente alternada, defendida por Tesla; e a corrente direta ou contínua de Edison. Começa a "Guerra das Correntes".

Em 1887 vende sua patente da corrente alternada para o mega investidor George Westinghouse. Westinghouse convence o governo dos Estados Unidos a padronizar a distribuição de energia para a corrente alternada, para a discordância de Edison.

Por volta de 1890 Tesla inventa a "Bobina de Tesla" - um transformador ressonante capaz de gerar uma tensão altíssima com grande simplicidade de construção.

Mas talvez seu grande momento seria em 1893 em Chicago. Na World's Columbian Exposition, uma feira para comemorar o 400° aniversário de Cristóvão Colombo e a chegada do Novo Mundo. A feira teve um forte impacto sobre as artes, arquitetura, otimismo e auto-imagem dos Estados Unidos.

O ponto alto da feira seria uma apresentação da eletricidade através de inúmeras luzes em um edifício dedicado a este fim. Antes ouve um briga pela licitação entre a General Electric Company, apoiada por Edison e JP Morgan - um grande investidor. Os dois proporam exibir o poder elétrico com corrente direta com o custo de um milhão de dólares. Porém a companhia Westinghouse, armada com a corrente alternada, sistema de Tesla, propôs para iluminar o Columbian Exposition por metade desse preço. Westinghouse venceu.

Chegado o momento mais esperado veio então à luz, diversas lâmpadas iluminaram toda a exposição. Tesla vencia a "Guerra das Correntes"!

Tesla teve centenas de patentes. Como o motor elétrico, o acoplamento de dois circuitos por indução mútua, princípio adotado nos primeiros geradores industriais de ondas hertz, o princípio e metodologia de criar energia (corrente alternada) através de campo magnético rotativo, o motor assíncrono de campo giratório entre outras.

Muitos conhecem como o inventor do rádio o italiano Marconi, mas Marconi ao fazer sua primeira transmissão de rádio utilizava 19 patentes de Tesla. Tesla já havia inventado as propriedades fundamentais do rádio antes de Marconi. Mas no final do século XIX o governo dos Estados Unidos concedeu o mérito a Tesla da criação do rádio.

Tesla ainda estudou sobre o Raio-X, o radar e inventou a lâmpada fluorescente, lançada em 1938.

Apesar da genialidade Tesla errou e um dos seus grandes empreendimentos, talvez o maior deles.Tesla acreditava que podia transmitir grandes cargas de eletricidade sem fio por longas distâncias. Tesla fez um acordo com o investidor J.P. Morgan, para então fazer uma grande torre de transmissões sem fio. Para J.P. Morgan era um grande negócio, para Tesla era a realização de um grande sonho. Mas a demora na conclusão fez com que J.P. Morgan retirasse seu investimento do projeto, acabando assim o sonho de Tesla.

Nikola Tesla foi um gênio, mas errou. Chegou ao ponto de fazer poucos cálculos em seus inventos, principalmente a de transmissão de energia elétrica por longas distâncias, o que não é possível. Talvez se Tesla tivesse feito alguns cálculos ele teria visto seu erro e quem sabe tivesse terminado sua misteriosa armas de raios.